IPO – Ter sócio faz bem

 

 

Um conselho útil por altura de mais um IPO na bolsa portuguesa:

 

As ações de empresas que fazem seu IPO depois de receber recursos de fundos de capital de risco vão melhor que as demais. É o que mostra um estudo exclusivo da FGV

 

Exame (Brasil), 29/05/08, artigo por Guilherme Fogaça [artigo completo mediante registo]

 

Comprar ações de empresas na abertura de capital é uma missão difícil para qualquer investidor. Até os mais experientes sofrem com a escassez de informações para embasar a decisão de aplicar no IPO — as corretoras são proibidas de elaborar relatórios de recomendação de compra, as empresas que estão fazendo o lançamento cumprem período de silêncio, e dificilmente há um grande histórico de balanços financeiros. Nem a referência de outras companhias do mesmo setor que já abriram o capital é um bom termômetro. Na área de educação, por exemplo, as ações da Anhanguera Educacional subiram mais de 73% desde o lançamento, enquanto as de todas as outras empresas do setor que estrearam na bolsa depois disso — Estácio, Kroton e SEB — se desvalorizaram ao longo do tempo. Um dos melhores indícios de que a estreante na bolsa tem um bom potencial de valorização é a presença de um fundo de private equity na gestão do negócio. Um levantamento exclusivo feito pelo Centro de Estudos de Private Equity e Venture Capital da Fundação Getulio Vargas a pedido de EXAME com todas as estreantes na Bovespa desde janeiro de 2004 sustenta essa afirmação com números. A média de rentabilidade anual das ações de companhias que tinham fundos de private equity na gestão antes do IPO foi de 17%, enquanto as empresas que não receberam capital de risco deram retorno médio de 1,5%. “É uma diferença abissal de desempenho, e num período que já contempla vários anos”, diz Caio Ramalho, responsável pelo estudo.

O desempenho positivo não é coincidência: os fundos de venture capital e private equity costumam interferir diretamente nas operações das empresas em que investem. Na locadora de automóveis Localiza, a herança do banco de investimento americano DLJ, que comprou 33% do capital da empresa em 1997, ainda é visível na gestão. A companhia mantém as práticas implantadas pelo DLJ mesmo três anos após a abertura de capital e a saída do investidor. Todos os 2 800 empregados são remunerados por desempenho, e mais de 2% do capital da empresa está nas mãos de 420 funcionários de nível de gerência, graças a programas de opções de ações. “Os fundos de private equity buscam empresas que possam ter seu modelo de negócios melhorado, com grande potencial de crescimento”, diz Salim Mattar, fundador e presidente da Localiza, cujas ações tiveram rentabilidade superior a 480% desde que a empresa estreou na bolsa.


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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