Ecos do meu artigo no Diário Económico de ontem dia 7.08.08

Alguns amigos, quer pelos comentários que colocaram no meu blog quer por um conjunto de telefonemas que me fizeram, mostraram alguma preocupação com as consequências negativas que para mim possam advir do facto de ter sido tão frontal ao colocar em causa a forma menos "amigável" com que algumas SCR portuguesas têm resolvido as questões inerentes ao menor sucesso em que alguns projectos, em fase seed capital, recentemente apoiados se encontram.

Gostaria assim de referir, no entanto, que para além dos desafios e desapontamentos que tenho  vivido ao longo destes quase 15 anos de luta em prol do tal Ecossistema em que tanto tenho mobilizado centenas de jovens, estou plenamente consciente de que continuo a viver dia a dia o sonho que tenho desde os 23 anos de idade e que designo por: construir – a minha casa, a minha vida, a minha família, a minha empresa e até a felicidade do meu País.

Com efeito, quando jovem sonhei como seria a minha vida. Agora enquanto adulto tenho tentado transformar esses sonhos em realidade. Esta minha realização pessoal tem contudo acarretado esforço, sacrifício e dificuldades mas sempre encarei as mesmas como a contrapartida que tive de suportar para conseguir levar as minhas paixões até ao limite pois só assim entendi estar legitimado para poder ter essa ambição de querer ajudar a ter um País mais rico e solidário.

Nesse sentido sempre dediquei, como os meus amigos que me visitam regularmente no meu blog e que tanto me têm motivado sabem, toda a atenção e energia que pude a esta causa. Entendo por isso que nunca poderei parar ou desistir de acreditar que o amanhã nos pode continuar a trazer esperança e um futuro melhor para os nossos filhos.

Até porque a pouca energia que há na nossa Sociedade não se encontra a ser dirigida para seguirmos em frente mas para a autodefesa. A autodefesa para todos e contra tudo tornou-se uma prática habitual no nosso País, tanto ou mais compreensível quando se sabe que o peso do Estado na economia é mais de 50% com tudo o que isso representa…

Assim considero que este meu artigo pode ser útil não com o objectivo de atacar alguém em particular mas sim evitar que jovens que decidiram empreender –  muitas vezes induzidos pelas campanhas de marketing das politicas de apoio criadas, e bem, pelo Governo de apoio ao empreendedorismo –  com seriedade e paixão venham a ser considerados pela Sociedade como coitadinhos e mais grave, a quem colocarão uma mancha de fracasso e que raramente terão uma segunda oportunidade como se tivessem cometido um crime.

Como se alguém pudesse ter a certeza que iria ser bem sucedido à primeira vez..

Nesse cenário – que importa afastar de vez da nossa Sociedade – como é possivel continuarmos a surpreendermo-nos que os portugueses tenham tanta aversão a correr riscos e a imaginar o seu futuro?

Com esta cultura não admira que a nossa Sociedade esteja a ficar cada vez mais envelhecida e que se encontre a definhar como bem tem caracterizado o meu Amigo Professor Ernâni Lopes!!!!

Dito isto peço aos meus amigos  compreensão pelo conteúdo pedagógico do citado texto, uma vez que quero continuar a acreditar que ainda vivemos num país livre onde quem quer que seja que tenha algo a dizer tem de assumir a responsabilidade de o fazer.

Penso por isso que é possível e aconselhável continuar a actuar, em prol do citado Ecossistema Empreendedor,  pois considero que podemos e temos de aplicar os nossos Princípios com vontade e coragem e colocando de lado os receios dos efeitos colaterais que sempre podem acontecer.

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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