algumas observações sobre Internacionalização (1)

 

Na fotografia o Heat-It, o primeiro produto da Ortik, um projecto que desde cedo apoiei como Business Angel e que só faz sentido se pensado à escala global.

Em que países e economias investem, maioritariamente, os jovens empreendedores portugueses?

 

As tendências dos jovens empreendedores portugueses quanto à internacionalização não são muito distintas dos empresários já estabelecidos no mercado pois as suas apostas são também elas efectuadas geralmente no mercado de proximidade – Espanha – e no mundo de língua portuguesa.

Apesar da informação não ser muito disponível recordo um estudo realizado pelo nosso amigo Jorge Nascimento Rodrigues e divulgado no seu excelente livro “ Mestres da Geração Start-Up” segundo o qual o investimento realizado pelas start-ups portuguesas acaba por ter a seguinte hierarquia de opções: União Europeia – pelas mais diversas razões : proximidade, plataforma internacional de ataque a outros mercados, consideração de que se trata de um mercado vital, etc. – Ásia, Estados Unidos ( onde pesam imenso as relações na área da tecnologia) e só depois Brasil e PALOP.

 

 

Quais as áreas de actividade mais propícias à internacionalização?

 

O nosso envolvimento no EASY Project – Early Stage Investors for High Growth Business – tem-nos permitido identificar alguns sectores que regularmente mobilizam mais investidores ao nível Europeu. Para além das habituais TIC, são frequentes os projectos nos seguintes sectores: cleantech (tecnologias limpas), biotecnologia e ciências da vida (incluindo equipamentos médicos), design e media.

 

Acresce que a tendência verificada nos últimos anos de deslocalização de negócios, assentes na produção ou prestação de serviços quando o factor preço supera o factor criatividade, vai continuar provando que não é sustentável nem um motor de desenvolvimento para o país continuar a competir com produtos que outros mercados respondem de forma bem mais eficiente.

 

Nesse sentido a internacionalização tem de ser feito com o recurso a actividades possuidoras de capacidade criativa, novos designs, novos processos, uma vez que é no valor humano e na capacidade de constante inovação que os jovens empreendedores se podem afirmar nos mercados internacionais.

 

A título de exemplo não resisto a mencionar a grande aposta efectuada pela Critical Links , um spin-off da Critical Softaware – empresa de capitais nacionais e com software desenvolvido em Portugal- que através de uma solução all-in-one para pequenas e médias empresas permite integrar numa única plataforma serviços de voz, dados, redes e segurança oferecendo todas estas funcionalidades numa única caixa, simplificando os serviços, reduzindo custos e optimizando o espaço. A Critical Links está presente em mercados tão distintos como o mercado Europeu, Americano ou Indiano nos quais tenta obter uma quota de mercado significativa para poder beneficiar em 2011 de um valor que se estima venha a ser de mais de 2.6 mil milhões de dólares.


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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