Os Mitos sobre Empreendorismo

Caricatura de Quino in Cartunes e Bonecos

Artigo de João Vares Coelho

[…]

"Nos tempos modernos, em Portugal,  ser empresário é isto mesmo. A maioria dos empresários de empreendedor não tem nada. O tecido das empresas é composto na sua grande maioria por micro empresários e profissionais liberais que têm o seu próprio emprego. As grandes empresas e multinacionais que se instalaram em Portugal aproveitaram-se da nossa mão de obra barata, dos fundos e benesses que o Estado lhes colocou na conta bancária. Para este os impostos eram poucos ou nenhuns, e não havia contratos que regulassem a atribuição dos mesmos e a permanência das empresas no nosso País. O que estamos a ver é a deslocalização das grandes multinacionais para outros países, onde os governos lhes estão a dar aquilo que nós demos há 20 anos.

 

A minha visão é que estas micro e pequenas empresas são aquelas que são mais responsáveis pela vitalidade do País. Porque são estas que pagam os impostos, são estas que ao fim e ao cabo mais sustentam o orçamento do estado, são estas que criam o emprego    ( não só por empregar outros mas sobretudo por não se deixarem a si próprios cair no desemprego ) e são estas a quem o estado não dá um centavo seja para criar emprego, seja para investir no desenvolvimento das Empresas.

 

O que falta ao empresariado é atitude. Para reclamar o que é seu por direito e para se adaptar aos tempos modernos. Saber que o negócio é como tudo na vida. Tem um princípio e algumas vezes um fim. E isto é algo que os empresários hoje em dia não entendem. Temos de acabar com aqueles empresários que primeiro tiram para si, e depois o que sobra vai para os seus colaboradores. Temos também de acabar com os horários intermináveis de trabalho e com a fraca gestão do tempo.

 

Quem quiser hoje em dia lançar a sua iniciativa empresarial pode contar com meios nunca antes existentes. O que futuro empreendedor tem de ter para além da sua atitude e coragem, é uma forte dose de dinamismo, capacidade de sacrifício, tenacidade e estrito cumprimento da ética empresarial. Criar uma empresa supõe também uma forte ligação com a comunidade. E isto tanto se aplica aquele que cria o seu próprio posto de trabalho, como aqueles que criam mais emprego. A comunidade é o garante do nosso sucesso pelo que não podemos gerir sem prestarmos o reconhecimento do seu contributo.

 

Tudo começa com uma ideia. Depois passa por um objectivo que vai ou não concretizar-se. Mas convém não esquecer que esta iniciativa pode ter sucesso ou não. Mesmo que bem planeada e suportada em termos financeiros. Do nascimento da ideia à sua concretização há que estudar o mercado, saber as vantagens o que o nosso produto ou serviço pode representar, saber quem são os nossos competidores e depois fazer contas. Convém não esquecer aquilo que temos de pagar ao Estado e as nossas obrigações sociais com os colaboradores."

[artigo completo no blog No fio da Navalha]


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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