O financiamento dos projectos seed capital e start-up em Portugal

Tendo por base a informação recentemente divulgada de que existem, na actualidade, 600 milhões de euros disponíveis para serem investidos por parte das SCR portuguesas, essencialmente em projectos de MBO, MBI e de Reestruturação empresarial, torna-se necessário dar sequência à aplicação das melhores práticas que estão a ser implementadas nos Países que tem Industrias de Venture Capital mais maduras e que, dessa forma, estão a conseguir diminuir o impacto do designado Equity Gap.

A este nível, torna-se imperioso que o Governo e as restantes forças politicas viabilizem ‬‪a criação, a curto prazo, de um enquadramento fiscal favorável à dinamização da actividade dos Business Angels através da introdução de uma dedução à matéria colectável, em sede de IRS, correspondente a uma percentagem dos valores investidos em projectos em fase de arranque, tal como a FNABA – Federação Nacional de Associações de Business Angels tem vindo a defender nomeadamente junto do Senhor Secretário de Estado da Industria e Inovação, Professor Castro Guerra e do Presidente do IAPMEI, Dr. Luís Filipe Costa, que aliás, desde a primeira hora, têm estado de acordo com a proposta apresentada pela citada Federação que tenho vindo a presidir com muita honra e motivação.

Uma outra medida que importa operacionalizar, tem a ver com a criação de um Fundo de Co-Investimento Publico/Privado que permitisse à Comunidade de Business Angels alavancar os montantes que tem destinado aos investimentos em projectos de cariz inovador e em fases de arranque, contribuindo assim para o financiamento de projectos que são apresentados por empreendedores cheios de entusiasmo e conhecimento científico mas sem qualquer experiencia na vertente empresarial.

Já no que diz respeito aos problemas actualmente existentes da parte dos empreendedores que estão a ter dificuldades em conseguir obter novos fundos, nos segundos e terceiros rounds em que se encontram envolvidos, para continuarem a desenvolver os seus Planos de Negócios, vejo com grande expectativa a entrada em funcionamento do novo Fundo de Capital de Risco para Start-Ups criado pelo Grupo Caixa Geral Depósitos, muito por força do interesse manifestado pelo seu Presidente e grande admirador das virtudes do Venture Capital, o Eng. Faria de Oliveira. O referido Fundo, ao possuir um montante significativo de 25 milhões de euros, poderá contribuir para que esses jovens empreendedores continuem a alimentar o sonho de serem os grandes empresários do amanhã.

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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