Iniciativa Elevator Pitch – Projectos na fase de Capital Semente e Private Equity

Convém ter presente que qualquer processo de angariação de capital de risco, esteja ele numa fase de necessidade de capital semente quer de private equity, caracteriza-se por ser operações “one – shot” ou seja ou convencemos os nossos interlocutores à primeira ou dificilmente o empreendedor terá uma segunda oportunidade. Nesse sentido é óbvio que se estivermos perante empreendedores que irão procurar obter o seu primeiro investidor numa sessão de Elevator Pitch teremos de ter em consideração os seguintes aspectos:

a) Maturidade da ideia

Não havendo histórico de vendas, é importante sobretudo demonstrar a potencialidade do negócio, não deixando sobre telhados de vidro aspectos que ainda não tenham sido bem planeados como canais de venda, investimentos necessários, acordos de compra, situações de risco, etc. Esta é a melhor forma para que não fique no pensamento dos investidores que os empreendedores ainda não se dedicaram a um ou outro aspecto que se possam revelar determinantes.

b) Disponibilidade para a recepção do investimento

O projecto deverá encontrar-se numa fase que permita, a curto prazo (1-6 meses), proceder ao investimento. O “timming” é importante dado que é no presente que o investidor avalia a capacidade do seu fundo ou fortuna pessoal, sendo descabido apresentar um projecto que esteja em vias de se concretizar apenas após um ano ou mais, período durante o qual podem surgir outros projectos que representem maior interesse para o investidor.

c) Enfoque na perspectiva financeira.

Deve ser deixado bem claro ao nível do produto/ serviço, qual é o mercado a que se destina e porque os clientes o comprarão, qual o modelo de negócio a adoptar, o investimento necessário e a sua relação com o negócio, a credibilidade da equipa – o que os promotores já conseguiram alcançar anteriormente – e a viabilidade económica do mesmo. Para além disto, não pode faltar também algo que os empreendedores por vezes ignoram: rentabilidade esperada (TIR), período de recuperação do capital, a que se destina – em concreto – o capital do investidor, quanto tempo durará o dinheiro e cenários futuros para a saída do investidor, dado que este investe sempre numa perspectiva de médio prazo (3 a 5 anos), sendo assim necessário como recuperará este a sua participação (ex.: venda a outros investidores, a empresas do sector, recompra pelos sócios, etc.)

No que diz respeito ao perfil dos investidores presentes tem de se ter o máximo cuidado para não os defraudar com apresentação de projectos que não se encontrem nas suas estratégias de investimento.

Por exemplo não seria minimamente viável reunir um grupo de gestores de fundos de private equity para lhes apresentar uma série de empreendedores que procurem capital inicial (seed ou start-up) nem reunir investidores do sector das energias para lhes apresentar um conjunto de projectos de biotecnologia.

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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