Internacionalização: O Caso NDRIVE

Recentemente li uma entrevista que o meu amigo João Neto, CEO da NDRIVE deu a uma revista de tecnologia, onde abordou o tema da internacionalização desta empresa.

Todos se lembram de uma visita presidencial a Espanha onde Cavaco Silva ofereceu uma unidade de GPS ao Rei de Espanha. Desde então, a NDRIVE ficou conhecido pelo público em geral.

A NDRIVE espera terminar o ano de 2009 com um crescimento de cem por cento e 70 colaboradores permanentes. É conhecida pelos seus PND (Personal Navigator Devices, vulgo GPS), tendo começado como InfoPortugal em 2000, com apenas 5 colaboradores.

Actualmente, a NDRIVE está presente em Espanha, Polónia, EUA e em vários países da América Latina, sendo o seu objectivo a cada cem por cento de crescimento, um aumento de 20% de colaboradores.

A NDRIVE (então InfoPortugal) começou por fazer algo que mais ninguém tinha antes feito no nosso país: cartografar todas as vias e criar uma base de dados de pontes de interesse (POI). Esta base de dados foi passada para PDA, com recurso a um parceiro (hoje tem mais de 20), que forneceu a cartografia dos restantes países da Europa. Em 2007, a NDRIVE separa-se da sua empresa de raiz e dedica-se em exclusivo aos PND, concebendo o hardware e entregando o seu fabrico a empresas chinesas, produzindo os conteúdos internamente.

Estabelecido o ambicioso plano de negócio- indicativo de um crescimento de cem por cento ao ano- João Neto estava consciente que para passar de player regional para internacional, teria de vender um milhão de licenças de softaware por ano. No primeiro semestre de 2009, foram já vendidas 172 mil licenças (segundo o CEO, o semestre mais fraco).

O licenciamento de software a grandes cadeias de retalho (que, depois, desenvolvem os seus próprios PND) foi a estratégia usada pela NDRIVE para chegar à posição cimeira no Canadá (onde se associaram à maior cadeia de retalho daquele país).

A cobertura internacional da INDRIVE já abarca a cartografia de 70 países e está continuamente a reforçar a internet como local de compra de licenças, bem como a presença em market places dos fabricantes de telemóveis.

Não obstante a forte concorrência neste tipo de produtos, a NDRIVE tem dois grandes traços distintivos: as imagens reais com visão oblíqua e os Location Based Services- nos quais apostam para a venda a operadores de telemóveis. Este serviço permite tirar partido de cada localização, sendo uma mais-valia que se oferece aos subscritores de redes móveis.

Quando interrogado sobre qual o conselho que daria para a implementação de uma boa ideia de negócio, João Neto é peremptório “o único conselho que posso dar é a internacionalização”, visto que o mercado português é pequeno e restrito, especialmente se se tratar de um negócio tecnológico.

Para João Neto, ser uma empresa portuguesa em competição com tantas outras, não traduz nenhuma desvantagem, é preciso ir a feiras internacionais do sector, apostar em bons recursos humanos (que conheçam os mercados-alvo), ter um bom produto e “uma pontinha de sorte”.

Fonte: “BIT- Tecnologia para Todos”, Setembro 2009

 

 

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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