Primeiro emprego? Não. Primeira empresa! Na perspectiva da Lei da Inovação

 

Partilho com os seguidores deste blog o artigo de Emanuel Leite (na foto), pós-doutorado em Inovação e Empreendedorismo pela Universidade de Aveiro, professor na Universidade de Pernambuco e na Universidade Católica de Pernambuco e autor dos livros “O Fenómeno do Empreendedorismo Criando Riquezas (obra premiada), e “Empreendedorismo, Inovação de Empresas e Lei da Inovação”.

 

Identifico-me perfeitamente com as ideias-chave deste artigo e tenho-as não só defendido mas colocado na prática: formação em empreendedorismo, educação para o empreendedorismo na escola, legislação favorável à criação de empresas.

 

Emanuel Leite utiliza a mesma expressão que eu costumo utilizar para definir o empreendedorismo no século XXI, a era da comunicação global: revolução silenciosa. Em silêncio vai-se desenrolando uma mudança de fundo na economia. Em silêncio cada vez mais indivíduos decidem criar startups. Em silêncio vão alterando mentalidades, formas de estar e status quo.

Desejo a todos uma boa leitura!

 

“A criação do auto-emprego constitui um elemento essencial para vencer o fantasma do desemprego. Os empreendedores promovem a geração de empreendimentos que ofertam produtos/serviços, mas também representam um exemplo vivo de que é possível propiciar aos jovens a alternativa de ser um empreendedor ao invés de ser empregado. As novas empresas têm sido muito mais eficazes em aproveitar as novas oportunidades proporcionadas pelo avanço tecnológico onde seus empreendedores optaram não pelo primeiro emprego e sim pela primeira empresa consonância com as proposta da Lei de Inovação. A Lei de Inovação pode promover surgimento de uma cultura empreendedora e criar um ambiente favorável à implantação de um programa de Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa, como mecanismo de reforço do potencial espírito empreendedor, fornecer informação relevante e serviços de apoio, de modo a encorajar a criação e crescimento de start-up. Para que isso possa realizar a Lei de Inovação precisa reforçar acções na área da educação e a formação em empreendedorismo, facilitar a transferência de propriedade, rever a legislação relativa às falências e melhorar os procedimentos relativos ao cancelamento e reestruturação das empresas.

O número de indivíduos que desejam criar o seu próprio negócio cresce dia-a-dia.

 

O fenómeno do empreendedorismo vem se alastrando pelos quatro cantos do mundo, em ritmo cada vez mais alucinante. O candidato a empreendedor tem que vencer uma verdadeira corrida de obstáculos para poder concretizar o sonho de ser dono de seu próprio negócio.

 

Empreendedores não nascem, eles são formados e desenvolvem sua visão de negócios, sempre tendo em mente o objectivo de fazer o melhor, gerenciam o seu negócio de forma simples, eficiente e eficaz, porém, o sucesso é fruto não somente das práticas de boa gestão e sim de uma postura comportamental fundamentada no espírito empreendedor. Uma atitude mental positiva, firmeza de propósito, a consciência de que o objectivo de qualquer negócio é criar, manter e fidelizar clientes permitem ao empreendedor almejar o sucesso.

 

A proposta da primeira empresa, em lugar do primeiro emprego, tem um grande impacto no dia-a-dia dos jovens e permite entre outras coisas, tornar disponível uma grande variedade de bens e serviços para contribuir para qualidades de vida.

 

No entanto, apesar da visão de primeira empresa e não primeiro emprego ser algo importante para uma opção viável para o desenvolvimento da economia, a sua valorização nos mais diferentes sectores governamentais não é muito elevada, contudo com a Lei de Inovação espera-se uma mudança nessa percepção. Actualmente a “primeira empresa”, para além de sua importância em termos económicos e sociais, tem sobretudo, relevância como factor de desenvolvimento económico, social e cultural em uma sociedade que precisa muito mais de pessoas que estejam a correr riscos ao criar seu próprio empreendimento do que correr em busca de um emprego.

 

Há cada vez maior necessidade de empreendedores capazes de criar sustentabilidade no desenvolvimento económico, que trabalhem em prol da qualidade de vida o que torna a Lei de Inovação um instrumento imprescindível que isso seja alcançado.

 

Esperamos que a leitura deste texto, ao mesmo tempo em que discorre sobre empreendedorismo, desperte, no leitor, a força do espírito empreendedor, como opção de vida. O empreendedorismo será a alternativa profissional para muitos indivíduos no século XXI. Vivemos a Era do poder da informação, dos negócios on-line, da força das ideias audaciosas… E da sorte. A ideia é a nova moeda do mundo empresarial. Quem tem uma ideia, depara-se com duas opções: ou faz o que é necessário para colocá-la em prática, ou arranja muitas desculpas para não o fazer. Esta é única alternativa que pode fazer a pessoa se arrepender para o resto da vida. O empreendedor, criador de empresas, sabe que “tentar e falhar é no mínimo aprender. Não chegar a tentar é sofrer a perda incalculável do que poderia ter conseguido.”

 

Discorrer sobre o empreendedorismo no Brasil solicita uma visita por toda a história política, econômica e social do país. Fazer uma ponte com as revoluções económicas e sociais do mundo também é necessário. Mas, principalmente, é preciso olhar atentamente para o homem e para a mulher, o empreendedor e a empreendedora, para as mudanças, a emancipação, o desenvolvimento e as transformações por que eles (as) passam.

 

Falar de empreendedorismo é falar do ser humano e, por conseguinte, da capacidade nata que ele tem de se moldar, suplantar e transcender os limites impostos a ele. É encontrar uma saída, e diga-se, dos empreendedores, uma boa saída para os momentos de crise. É falar de conhecimento, inovação, sabedoria, visão, ousadia, coragem. É falar de ética, de novas possibilidades e caminhos por desvendar. Inovação, criação e experiência de novos saberes, desejos. É acima de tudo falar de futuro. É falar de opções, da possibilidade de se escolher que futuro se quer e que começa a ser planejado no hoje, no agora.

 

Como afirma Drucker: “tentar adivinhar que produtos e processos o futuro exigirá é um exercício fútil”. Mas é possível decidir que ideia se quer ver como realidade no futuro e construir uma empresa diferente baseada nessa ideia. Fazer o futuro acontecer significa também criar uma empresa diferente. Mas o que faz o futuro acontecer é sempre a incorporação a uma empresa da ideia de uma economia, de uma tecnologia, de uma sociedade diferente. Não precisa ser uma grande ideia; mas tem que ser diferente da norma vigente no momento. A ideia tem que ser empreendedora – uma ideia com potencial e capacidade para produzir riquezas, expressa por uma empresa produtiva, em funcionamento, trabalhando – e levada a efeito por meio das acções e do comportamento da empresa. Não surge da pergunta: Com o que vai se parecer a sociedade do futuro? Mas de que grande mudança na economia, no mercado ou no conhecimento nos capacitaria a conduzir a empresa da maneira que realmente gostaríamos, da maneira pela qual realmente obteríamos os melhores resultados económicos?

 

A trilogia dos E’s – Empreendedor, Economia e Empreendimento constitui a base filosófica do Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa, pois explica onde e como o empreendedor pode desenvolver
o empreendedorismo, identificando suas características comportamentais para criar um empreendimento com sucesso e que fenómenos dentro da economia (mercado) podem gerar a identificação ou criação da oportunidade de negócio.

 

Urge incentivar o espírito empreendedor entre os trabalhadores do conhecimento para que se tornem empreendedores, criadores de riquezas. Poucos estudos se dedicam à análise da transformação de uma ideia em uma oportunidade de negócio, em um startup, “as indústrias do conhecimento elevado” (serviços profissionais, engenharia, consultoria e assim por diante). O desafio é propiciar aos trabalhadores do conhecimento condições para criarem suas próprias firmas para que sejam bem-sucedidos.

 

Inovação, criação e experiência de novos saberes, desejos. É acima de tudo falar de futuro. É falar de opções, da possibilidade de se escolher que futuro se quer e que começa a ser planejado no hoje, no agora. Tentar adivinhar que produtos e processos o futuro exigirá é um exercício fútil. Mas é possível decidir que ideia se quer ver como realidade no futuro e construir uma empresa diferente baseada nessa ideia. Fazer o futuro acontecer significa também criar uma empresa diferente.

 

Este trabalho é um estudo, uma reflexão acerca do empreendedor(a) do século XXI, seu surgimento, a relação emprego x trabalho e finalmente, a materialização de uma visão, e porque não do sonho, em uma oportunidade de negócio: o fenómeno do empreendedorismo.

A proposta Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa! Ajuda a despertar para uma revolução silenciosa que está a transformar o mundo: a revolução de conectividade, que nos leva a vislumbrar um mundo em que as pessoas estão no mesmo patamar – graças à utilização da tecnologia, que nivela as condições de competitividade entre os países e amplia a integração internacional.

 

ENSINO DE EMPREENDEDORISMO: ALÉM DO PLANO DE NEGÓCIO – A TRANSCENDÊNCIA DE UM SONHO EM UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO

 

Quando analisamos as regras que hoje ditam o mercado económico, percebemos profundas mudanças estruturais, conceituais e formais. O sistema de troca de produtos está cada dia mais inteligente, mais apurado, melhor desenhado e agregando valores e práticas diversas e porque não, universais. Vender hoje requer um nível de especialização e informação sobre o produto, o serviço e o cliente que nossos ancestrais jamais imaginaram. Conceitos nunca antes pensados pelos primeiros empreendedores e empresários fazem parte hoje do dia a dia da maioria das pessoas, em todo o mundo. Palavras como logística, satisfação do cliente, inovação e criatividade sequer faziam parte do dicionário dos antigos mascates. E essas mudanças provocaram o nascimento e/ou acomodação de padrões, posturas e possibilidades.

 

Possibilidade. É este o enfoque que vamos tratar, a partir de agora. Novos mercados, formas de gerência e a presença cada vez mais forte e firme de um novo elemento na economia global, o empreendedor, a empreendedora. Esta nova condição de empreendedor (a) promove mudanças na forma de gerenciar e promover os negócios mudando com isso, o mercado e, por conseguinte, a economia onde ele (a) está inserido (a). O importante agora é perceber que vivemos em uma nação onde há muito mais que violência, cerveja e carnaval. Aliás, esses temas estão sendo objectos de iniciativas, ideias e acções empreendedoras.

 

Pensar sobre do fenómeno do empreendedorismo requer um entendimento e uma análise da sua força motriz. Dessa forma destacamos dois elementos que são pilares na construção dessa nova modalidade de trabalho: a inovação, a partir do desenvolvimento tecnológico, e o processo de globalização promovendo o fim do emprego. Passamos da era onde se investia essencialmente nos produtos e no objecto da venda, para a valorização do humano. É o momento de se investir no capital humano.

 

A óptica muda de foco e os desejos e necessidades do cliente passaram a ser reconhecidos e analisados à exaustão. O lado subjectivo passa a ser o foco, pode-se dizer que os profissionais descobriram a importância de ver a organização de forma holística. Trabalha-se agora o conhecimento e não apenas o produto final, o objecto. É preciso sempre destacar que o propósito de qualquer negócio é criar, manter e fidelizar clientes, por isso é necessário ter em mente que a empresa tem que satisfazer os desejos e necessidades dos seus clientes.

 

Percebe-se claramente que os empreendedores devem ter uma verdadeira obsessão por ouvir e entender os desejos e necessidades dos clientes, reagirem rapidamente visando a atender às exigências dos clientes, terem uma estratégia de atendimento bem definida e inspirada no cliente. Podemos afirmar que os 5 P’s do empreendedorismo são: Paixão, Paciência, Prudência, Perseverança e Prática.

 

A rigidez da legislação trabalhista brasileira também vem contribuindo com grande força na promoção do empreendedorismo, por não possibilitar a flexibilidade nas contratações. Podemos destacar que no Brasil apenas um único modelo impera: aquele onde o trabalhador é obrigado a trabalhar oito horas diárias, com um mês de férias, 13º salário, indemnização por demissão e todo o resto. Em todo país com legislação trabalhista rígida há mais desemprego.”

 

Extraído de http://emanueleite.blogspot.com/


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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