Relação entre Business Angels e Sociedades de Capital de Risco

Foto - XIII Encontro GesventureUm dos momentos mais altos do XIII Encontro Gesventure foi sem dúvida a discussão que à volta do tema ” RELAÇÕES ENTRE BA E SCR” num painel que teve como participantes os responsáveis das SCR da Caixa Capital, Walter Palma , da InterRisco, Isabel Coelho, e os BAngels, Nandin de Carvalho e Mário Valente .

O facto de os BA investirem o seu próprio dinheiro, tempo e conhecimento, nas start-ups, enquanto as SCR investem em nome dos seus accionistas pode levar a motivações divergentes na altura em que se está a decidir um investimento? Eis uma das reflexões que mereceu uma acessa conversa…

Contráriamente ao que muitas vezes se diz os BA presentes não defenderam que quando os CRisco entram num negócio, onde os BA já estão, diluem as suas acçoes e tiram os benefícios do investimento no tempo/dinheiro e o risco tomado antes pelos BA. Nesse sentido consideram que as SCR não são concorrentes mas sim uma fonte de fundos adicionais para a empresa.

No mesmo sentido as SCR presentes também não defenderam que os BA são geralmente amadores, sem capacidades de fundos de seguimento e uma visão distorcida do valor da empresa, antes pelo contrário.

Ou seja os especialistas convidados concluiram que quer sejam BA quer sejam CR todos poderão e deverão ganhar.

Outra conclusão derivou do facto de normalmente os problemas do Relacionamento entre os BA e as SCR acontecerem na altura da negociação e avaliação das acções da empresa na qual a CRisco pretende tomar uma posição e isso acontece na chamada fase de due dilligence. De facto apesar das SCR estarem à procura de uma saída a curto prazo com uma determinada taxa de rentabilidade e o BA estar, muita das vezes, à procura de uma saída que compense o risco que ele tomou, ao entrar numa fase inicial, o capital e o tempo investido chegou-se à conclusão que a colaboração entre as duas partes será tão ou mais eficiente quanto ambas considerarem que estão a investir num negócio justo e quando existir uma motivação para a obtenção de valor a longo prazo para a empresa.

De facto se a colaboração funcionar o CRisco pode ser visto como um verdadeiro parceiro na obtenção de capital  e na diversificação do risco. As oportunidades de saída para os BA serão, por sua vez, facilitadas através de valores de saída mais altos e os investidores de CRisco investirão mais rapidamente em empresas onde possam contar com o apoio dos BA….

O mundo do empreendedorismo e do CR é difícil e os conflitos são inevitáveis. A industria de capital de risco foi em grande medida influenciada pelas suas origens anglo-saxónicas com uma forte enfâse nos contratos e acordos. Foi por isso recomendado que a acrescer aos aspectos legais deveria estar subjacente uma determinada atitude ética para criar confiança e melhorar a colaboração entre as partes envolvidas.

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels"). Director da EBAN e da WBAA

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