Empreendedor bootstrapping ou como ter um negócio de sucesso com poucos recursos

A realidade é clara: é muito difícil conseguir financiamento para se começar uma empresa. Mas isso não é e nunca foi motivo para não um empreendedor não lançar o seu negócio.

O empreendedor bootstrapping faz a empresa movimentar-se a partir de muito pouco e, claro, fazendo-o de uma maneira mais eficiente que o normal. O termo bootstrapping vem da lenda alemã do Barão de Münchhausen, que conseguiu sair sozinho de um pântano, puxando pelas alças das próprias botas.

Aqui vão 7 dicas sobre como ser um empreendedor bootstrapping

1- Fluxo de caixa positivo ao invés de lucro
Sim, a empresa é financeiramente saudável se tiver lucro, mas a realidade é que as contas se pagam com dinheiro, logo sem dinheiro não se paga nada e as actividades da sua empresa ficam comprometidas. Enquanto não registar vendas suficientes, priorize o recebimento rápido e aponte os pagamentos para futuro. Aquele projecto espectacular, mas dispendioso do qual vai demorar a receber, fica reservado para o futuro.

2- Comece por prestar um serviço
Por exemplo, se está a abrir uma empresa que produz um dispositivo de poupança de energia para grandes máquinas industriais, enquanto o desenvolve, pode também oferecer consultoria e outros serviços relacionados com o avanço no desenvolvimento do produto. A resultante será dinheiro rápido, contacto directo com futuros clientes e feedback directo dos mesmos.

3- Faça previsões realistas: de baixo para cima
Não adianta afirmar que seu mercado vale muito se afinal, agarrando 1% do mercado continua a ser pouco. Concerteza que uma recém-empresa não terá capacidade para agarrar o mercado de forma tão drástica. Ao invés, efectue as suas previsões a partir das suas próprias capacidades (bottom-up): número de vendedores, horas de trabalho, capacidade de produção etc.

4- Lute pelos pontos certos e com foco
Tentar abraçar o mundo é uma ilusão, principalmente se a sua empresa está a dar os primeiros passos. Escolha onde actuar e, aí sim, invista recursos nisso – invista no que faz a diferença e no que faz melhor. Não ache que criar tudo sozinho marque a diferença, acredite –  existe muita coisa prontas a usar e muitas parcerias por fazer.

5- Distribua o seu produto e converse directamente com os seus clientes
O óptimo é inimigo do bom. Distribuir o seu produto faz não só o dinheiro entrar, como também trará respostas por parte seus clientes. Além disso, contacte directamente o seu cliente final, pois só ele lhe pode dizer como melhorar o seu produto – os distribuidores são importantes, mas só quando tem clientes.

6- Menos pessoas
Ter pessoal suficiente para atender aquele 1% do mercado de 500 milhões é uma loucura, porque a sua empresa não irá vender tanto e porque vai ter que pagar àquelas pessoas. Caso o trabalho seja assim tão volumoso, quem lá estiver terá que dar conta disso, até que esses picos de trabalho se tornem numa regra e a empresa tenha capital para contratar mais pessoal – o que constitui um bom problema, mas algo incomum.

7- Simplifique a comunicação
Pessoas, incluindo os seus clientes, são bombardeadas constantemente, por isso explique bem o seu produto e em pouco tempo (este pouco tempo é o único que a sua empresa possui). Para economizar este tempo e também este dinheiro, posicione o seu produto contra o líder – tendo esta referência economizará o tempo de compreensão do produto e poderá gastá-lo, comparando-o. Um exemplo: “O Lexus é tão bom quanto um Mercedes, mas mais barato”.

As empresas deixam de existir porque morrem, e morrem por falta de dinheiro. Garanta a existência de dinheiro e para continuar a crescer para mudar o mundo.

Artigo adaptado de Guy Kawasaky publicado em “How to Change The World- A practical blog for impractical people”

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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