Consultório – capital de risco nos sectores tradicionais

"Tenho um projecto para o qual vou iniciar a procura de capital mas tenho receio de, pelo facto de ser num sector tradicional, não ser apelativo às sociedades de capital de risco. Terei alguma hipótese?" (Jorge Beja)

Caro cibernauta, tem certamente alguma razão para esse receio. Na perspectiva em que abordo o conceito de capital de risco, considero que este deve ser utilizado para financiar novas ideias e novos modelos de negócio, estando, assim, claramente associado à inovação e às novas tecnologias. Só realizando esta separação é possível que projectos sem sucesso comprovado possam aceder a recursos (capital) que lhes são mais difíceis de obter através de outras vias como a banca, por exemplo, devido à elevada componente de risco.

 

Apesar de tudo, é sempre possível inovar em sectores tradicionais, quer seja ao nível do modelo de negócio, da cadeia de produção, do ponto de venda, etc. Desta forma, será mais fácil que o seu Plano de Negócios apresente valores apelativos a estes investidores, diferenciando-se assim, do restante sector "tradicional".

 

Pessoalmente, enquanto business angel, acredito que é possível inovar em sectores tradicionais, caso contrário não teria investido numa "tradicional" empresa panificadora.

 

No mercado de capital de risco formal (sociedades de capital de risco), outros exemplos se sucedem, tendo inclusivamente sido abordados pela imprensa económica nacional.

 

Deixo-lhe 2 exemplos para leitura:

 

Capital de risco do Estado ajuda a salvar Corte Fino

"O Estado, através de sociedades de capital de risco públicas, investiu mais de 3 milhões de euros na Corte Fino, empresa de processamento de carnes que saltou para a ribalta…" [mais] in Diário Económico, 27/11/07

 

Front Shoes ruma à falência com passivo de 21 milhões

"O projecto bandeira do Programa Dínamo – Dinamização da Moda está a caminho da falência. Na próxima assembleia geral da Front Shoes, agendada para amanhã e destinada à aprovação das contas de 2006, os accionistas – seis empresas portuguesas de calçado e duas capitais de risco do Estado, a PME Investimentos e a Inov Capital (ex-PME Capital) -, poderão acordar o fim de uma sociedade que em 2006 obteve um passivo de 21,1 milhões de euros e prejuízos de cerca de 4,5 milhões de euros…" [mais] in Jornal de Negócios, 17/07/07


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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