Henry Ford não inventou a máquina, mas criou o conceito: um automóvel com preço suficientemente acessível para que qualquer americano pudesse comprá-lo. Uma revolução na indústria dos transportes e nos estilos de vida.
A 1 de Outubro de 1908 foi lançado o primeiro Model T. A publicidade da época prometia qualidade elevada a preço baixo para o carro das massas: quatro cilindros, 20 cv, veículo de turismo com cinco lugares, 850 dólares. A velocidade máxima era de cerca de 70 km/h e o peso de cerca de 550 quilos, com consumos de 11 a 18 litros por 100 quilómetros. Tinha o volante à esquerda, uma característica imitada depois pela maioria dos outros fabricantes.
Nos 19 anos seguintes, até 1927, Ford produziu 15 milhões de Model T. Foi o modelo de maior longevidade na história da indústria automóvel, à excepção do Volkswagen carocha.
Pese embora a frase lendária do industrial – Podem pintá-lo da cor que quiserem, desde que seja preto – a verdade é que o Model T original existia em várias cores, e só entre 1914 e 1926 foi exclusivamente preto. Isto porque a tinta preta secava mais rapidamente, e portanto reduzia o tempo e os custos de produção.
Foi o primeiro automóvel de produção em série, contando com alguns dos actuais requisitos para a produção de automóveis: peças de substituição e um preço de aquisição baixos.
A visão de Ford ia muito além do produto. Foi o introdutor do sistema de linha de montagem, a partir de 1913, e melhorou as condições de vida dos trabalhadores da sua fábrica, aumentando os salários e reduzindo o horário de trabalho. Para além de conseguir aumentar a eficiência dos trabalhadores, estes passaram a ter meios para poderem, eles mesmos, comprar o Model-T.
Em 1999, o Ford Model T foi nomeado o "Automóvel do Sèculo" por um painel de 133 jornalistas e especialistas, que elegeram o "Tin Lizzie" de entre 700 modelos em concurso.