Discurso do Sr. Presidente da Câmara Municipal da Sertã, Dr. Paulo Farinha

Alunos Finalistas do Concurso de Ideias promovida conjuntamente pela

Câmara Municipal da Sertã e pela GesEntrepreneur

 

 

Sertã, 22 de Maio de 2009

 

Minhas senhoras, meus senhores:

 

Em meu nome pessoal e do Município da Sertã quero transmitir-vos o muito agrado com que me associo a este evento.

Uma saudação muito especial aos alunos e professores envolvidos neste curso, às personalidades que compõem a mesa e a todos os presentes.

À senhora Governadora Civil, que de bom grado e com toda a sua simpatia se disponibilizou uma vez mais a estar connosco, a nossa gratidão por nos honrar com a sua presença.

 

Minhas senhoras, meus senhores:

 

Uma das mais controversas e debatidas questões é saber por que razão determinadas nações alcançam o sucesso enquanto outras permanecem afundadas na pobreza.

A resposta que mais depressa me ocorre, reside numa complexa interacção de factores culturais e circunstâncias históricas.

No passado, a riqueza de um País o de um Estado dependia, numa primeira fase, da capacidade de acesso a recursos naturais e na existência de mão-de-obra na maioria de condição escrava e, numa segunda fase, com a revolução industrial, no acréscimo dos seus níveis de produção.

Hoje em dia, a situação é bem diferente.

A riqueza de um País é o conhecimento.

Não é por acaso que se diz que estamos na sociedade do conhecimento, pois é nele que assenta a prosperidade dos povos.

A riqueza de uma nação deriva agora de capacidades humanas de inovação e empreendimento.

Em Portugal num passado recente, a minimização do estatuto social do ensino técnico e sobretudo o endeusamento do diploma universitário, que às vezes na prática significativa tão pouco por não corresponder à posse de competência úteis, contribuíram para o nosso atraso face à Europa.

Esse atraso é também consequência da inacção dos agentes económicos, que quase sempre preferem o negócio, isto é, a compra e a venda, em prejuízo da produtividade, que é o alicerce da criação da melhor riqueza.

Caras e caros amigos,

 

Dr. Paulo Farinha,

Sra. Governadora Civil de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro e Dr. F. Banha

 

Dirigindo-me agora aos jovens que frequentaram os cursos de empreendedorismo, começarei por vos dizer que tendes que estar preparados para enfrentar o mundo que vos espera.

Tereis que interiorizar que existe um desequilíbrio entre as vossas expectativas profissionais e a realidade do mercado.

Sei que os vossos pais se esforçaram imenso para que pudésseis ter, num futuro próximo, um bom e estável emprego.

Mas um emprego é definitivamente uma “espécie em extinção”.

Nos dias de hoje, é preciso pensar menos em emprego e mais em trabalho.

Esqueçam de uma vez o velho refrão que o que é preciso é “arranjar um bom emprego e entrar no quadro da empresa” e troquem-no pela possibilidade de virem a adquirir conhecimento que gere valor e competência.

Procurem pensar como empreendedores, serem donos do vosso destino e nunca abandonarem um sonho por medo de arriscarem.

Mesmo que venham a trabalhar algum tempo por conta de outrem, tentem imaginar que sois vós o dono da empresa.

Acreditem, que será um bom treino, se isso um dia realmente vier a ocorrer.

 

Caras e caros amigos,

 

Termino, deixando-vos uma reflexão e alguns conselhos.

Portugal é o país da Europa onde a vontade de empreender é mais elevada.

Os últimos dados do Euro barómetro para o Empreendedorismo revelam que 62% dos portugueses gostariam de ser empresários, enquanto a média europeia se situa nos 45%.

65% dos inquiridos confessou nunca ter dado passos concretos nesse sentido, apontando como principais entraves a aversão ao risco, o excesso de carga burocrática, o clima económico e a falta de informação.

Finalmente, os concelhos de alguém que teve a sorte de viver imensas experiências no sector empresarial privado e publico.

Não deixem de estudar, o saber é fundamental para a actividade empresarial.

Sejam criativos, o sucesso nos negócios depende, cada vez mais, da capacidade de introduzir elementos de diferenciação.

Observem exaustivamente o mercado, para saber se o mercado necessita do que vocês pretendem comercializar.

Estimulem o desenvolvimento de práticas inovadoras e a sua difusão.

Ajam e coloquem a ideia de negócio em prática, com espírito de determinação, mas sem nunca olvidar o risco.

E jamais esqueçam, como o demonstravam anteontem, que o empreendedorismo é a arte de inovar com motivação e criatividade.

 

Obrigado.


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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