Iniciativa Elevator Pitch – Conselhos aos Empreendedores

Aos empreendedores que passaram na nossa fase de triagem aconselhamos que tentem adaptar as suas ideias ao momento particular que irão ter pela frente e que visa essencialmente captar a atenção do investidor para uma reunião posterior onde aí sim terá de o convencer com bastante mais elementos.

Nesse sentido há um conjunto de recomendações que devem ser consideradas e que são habituais para a realização de quase qualquer tipo de apresentação: objectividade, capacidade de síntese, expressão clara e confiante, utilização dos slides apenas como base de referência e resumo que deverá ficar na memória visual dos investidores, emoção e magia. Este último termo, sobretudo, pode parecer um pouco estranho mas é mesmo assim. Se queremos convencer um investidor de que o nosso projecto é o melhor e que é uma boa opção de investimento para este, é necessário transmitir uma história que emocione, convença e que, quase por magia, transmita a confiança de que tudo vai correr conforme planeado e se faça magia.

Assim, e para além das características que o projecto terá de possuir, e que já foram abordadas, na questão anterior, deixo de seguida algumas ideias que o empreendedor terá de ter em mente quando está a preparar a sua apresentação para participar na sessão do elevator pitch:

1. Começar com baixo investimento

a. Leasings, Factorings, Rendas – Quanto menor for o capital necessário ao arranque do projecto, mais fácil se torna o financiamento. Tentar diminuir, ao máximo, o investimento em capital fixo e substitui-lo por algumas destas formas é uma solução possível.

b. Invista step by step – É óbvio que queremos sempre começar “em grande”, mas se tal não for possível, comece e cresça mais devagar, pois isso consumirá menos recursos na fase inicial.

 

2. Fazer tudo o que estiver ao seu alcance

É usual o empreendedor correr em busca de financiamento muito antes de fazer o “trabalho de casa”, ou seja, existem por vezes inúmeras tarefas que podem e devem ser realizadas pelo empreendedor, antes de ir contactar terceiros. Não nos esqueçamos que quanto mais trabalho estiver realizado, mais valorizado sai o projecto a apresentar pelo empreendedor e mais fácil será convencer alguém a investir no referido projecto.

 

3. Estar atento a outras formas de financiamento

Não se devendo nunca condicionar o arranque de um projecto à existência por exemplo de fundos comunitários, é, contudo, importante ter em atenção os apoios que existem e em que medida eles suportarão os custos associados ao projecto. Embora, não resolvendo de per si o “equity gap” pode, no entanto, ser equacionado como uma importante ajuda a ter em conta, e bem assim um factor importante para a decisão de um potencial investidor.

 

4. Tentar valorizar ao máximo a fase pré-money

Por vezes, e com pouco dispêndio monetário, é possível reunir um conjunto de realizações que podem ser o factor chave de convencimento do investidor, e que simultaneamente, valorizem a sua participação na futura empresa. Refiro-me, por exemplo, a processos de pedidos de patente, parcerias estabelecidas com fornecedores ou até mesmo contratos de exclusividade e cartas de intenção de clientes. Tratam-se, pois, de importantes realizações que poderão assumir um valioso alcance aquando das negociações com o investidor no âmbito de todo o processo de angariação de capital.

 

5. Conhecer bem o que o investidor procura

Quem vai colocar dinheiro numa fase tão arriscada da vida do projecto pretende assegurar-se, ao máximo, que o mesmo reúne todas as condições para ser bem sucedido. Assim, e para além de querer saber qual o percurso e background do promotor e da sua equipa, pretende estar perante uma oportunidade bem detectada (nicho de mercado específico), um conceito inovador e com elevadas rentabilidades a curto-médio prazo, um negócio que seja escalável e com possibilidades visíveis de saída a médio prazo. Significa isto que, aquilo que o investidor pretende é estar perante um projecto seguro e fiável, mas que possua o sonho e tenha o “commitment” integral por parte de uma equipa de gestão forte (skills comprovados). Somente sabendo o que o investidor procura, e as principais causas que o levam a rejeitar, “ab initio”, mais de 90% dos projectos que são submetidos à sua apreciação, será possível aumentar as hipóteses de arranjar financiamento e ultrapassar, deste modo, o “equity gap”. 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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