Que Indústria de Capital de Risco?

Fonte: www.venturecapitalblogger.com

No passado dia 2 de Junho, no decorrer da 5ª Edição do Evento CapCorp dedicado ao tema “Capital de Risco e Fusões & Aquisições”, tive a oportunidade de ouvir oportuníssimas constatações sobre a ausência de dinâmica na Indústria de Capital de Risco nacional.

Tais constatações foram proferidas pelo Dr. José Carrilho, Administrador da Caixa Capital e um dos mais profundos conhecedores desta Indústria, ao afirmar que " no decorrer do período de expansão económica que antecedeu a actual crise, a Industria de Capital de Risco foi completamente inexpressiva na dinamização da economia nacional, pelo que, se no período de crise agora em curso, a situação se mantiver inalterável, seremos então forçados a reflectir sobre a "razão de ser" desta Indústria no mercado nacional.

Estas justificadas preocupações poderiam ser o "mote" capaz de agregar todos os principais actores desta importante indústria, na conjugação dos esforços necessários à concretização de um Plano de Acção, realista e transparente, que permitisse lançar as bases de transformação desta indústria numa verdadeira alavanca da Economia Nacional.

De forma a dar o meu contributo para que essa reflexão venha a ser uma realidade, passo a expor algumas ideias que preconizo essenciais para o incremento do mercado português de Capital de Risco:

APCRI – Associação Portuguesa de Capital de Risco e Desenvolvimento

a) Promoção de diversos eventos, a nível nacional e regional, sobre o tema Capital de Risco, de modo a sensibilizar os empreendedores e investidores para a importância de uma maior procura e utilização de recursos financeiros para a concretização de projectos.

b) Publicação periódica (trimestral ou, no máximo, semestral), com divulgação no seu site e também na imprensa, de uma análise isenta das operações realizadas (seed capital, start-ups, capital desenvolvimento, MBO/I, Reestruturação) dos projectos apresentados, participações alienadas, reforços de capital (2nd round) e caracterização dos principais factores justificativos desta evolução.

c) Promoção periódica de reuniões entre sociedades de capital de risco e outros agentes, nomeadamente sociedades de apoio a empreendedores na angariação de capital, de forma a dar a conhecer a evolução do sector e criar condições de melhor articulação dos diversos agentes na captação de operações e eventual sindicação das mesmas.

d) Apresentação de linhas estratégicas de apoio ao desenvolvimento do sector, nomeadamente ao nível dos diversos estádios de desenvolvimento dos projectos (seed capital, start-up, capital de desenvolvimento/capital de substituição e MBO/MBI).

e) Maior articulação com as entidades governamentais, no sentido de conjugar os recursos financeiros das SCR/FCR com as linhas de crédito em vigor, para apoio a novos projectos ou empresas já existentes.

f) Maior articulação com as universidades/Incubadoras de empresas na captação das operações para este tipo de fonte de financiamento, independentemente da (s) SCR/FCR que vier (em) a apoiar o (s) projecto (s).

g) Maior articulação com a FNABA, de forma a desenvolver o apoio conjunto entre SCR/FCR e BA’s no apoio a projectos.

Amanhã deixarei aqui a minha opinião sobre as ideias essenciais para as Sociedades de Capital de Risco/Fundos de Capital de Risco.

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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