Mortalidade empresarial em Portugal

Portugal é o país da Europa onde a mortalidade empresarial é mais elevada. É certo que registámos o terceiro maior rácio europeu de nascimentos empresariais, porém morrem 15% das empresas activas em Portugal. Contra um nascimento empresarial à volta dos 14% em 2005/2006 (dados do Eurostat).

A média europeia de mortalidade empresarial é cerca de metade da nossa e o seu rácio de novas empresas ronda os 10%. Espanha está alinhada com a média europeia.

Portugal tem a maior mortalidade empresarial da Europa- apenas em Agosto deste ano fecharam portas 5200 empresas.

A sobrevivência empresarial em Portugal parece ser extremamente complicada: passado um ano do seu estabelecimento, apenas 73% das empresas se mantêm (contra 86% em Espanha); volvidos dois anos, só 59% das empresas ainda aguentem (contra 75% em Espanha).

Tenho-me referido bastante a pequenas e médias empresas nos posts mais recentes. As PME portuguesas constituem a maioria das vítimas desta elevada mortalidade, tendo a maioria menos de dez empregados. Das 5200 empresas que encerraram neste último Agosto, 3000 são do sector da construção civil.

Podemos apontar vários motivos para esta assustadora mortalidade- o insuficiente apoio prestado às PME, a actividades obsoletas associada, a ausência de evolução tecnológica, a apertada fiscalidade, a tremenda burocracia, a demora do retorno dos pagamentos do Estado. A exposição de uma economia pequena e aberta como a nossa às grandes economias mundiais de produção de baixo custo, como a China e a Índia, é um factor a que não podemos ficar alheios.

Em 2005, de acordo com o Eurostat, chegaram ao fim 130 mil empresas, que eliminaram 196 mil postos de trabalho. Apenas nos países com economias de grande dimensão é que números como estes são superiores- casos da Itália, Irlanda, França ou Reino Unido.

A elevada mortalidade empresarial num país onde predominam as PME’s explica também o desemprego, que de 2001 para 2006 subiu de 4% para 8%. Apesar de uma pequena baixa após este período, o desemprego tornou a aumentar com a crise económica, situando-se actualmente nos 9.1% (dados do INE).

Saiba mais em http://www.ionline.pt/conteudo/22098-pme-nascem-morrem-e-fazem-lembrar-os-paises-terceiro-mundo

 

 

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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