Business Angels e Capital de Risco

Artigos de Opinião

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Há duas semanas, David Cameron, preocupado com as estratégias de crescimento para o país, convidou para um encontro  no número 10 de Downing Street empreendedores e business angels para encontrar as formas através das quais o Reino Unido se possa tornar no melhor local para iniciar, financiar e fazer crescer novas empresas.

Para quem desconhecia o impacto da actividade dos business angels na sociedade este é um claro exemplo do compromisso que estes investidores podem assumir no crescimento económico e em Portugal concretamente, no encontrar de soluções para revitalizar a economia aportando capital inteligente (smart money) para os sectores mais competitivos e com maior potencial de crescimento.

São por todos conhecidas as dificuldades de acesso ao crédito por parte das PME e que se acentuam nas fases de criação de empresas. Não substituindo o papel da banca que inevitavelmente é a fonte de financiamento mais adequada para a quase totalidade das PME, os business angels desempenham um importante papel ao investirem em empresas que apresentam ambições globais, geralmente de carácter tecnológico e/ou com ativos intangíveis (ex. propriedade intelectual) e que dada a sua natureza possuem um elevado impacto na economia.

Por outro lado um estudo publicado recentemente, em Espanha, concluiu que as empresas financiadas por capital de risco cresceram à taxa média anual de 10% e criaram 10 postos de trabalho enquanto as outras regrediram 4% e geraram apenas 1,5 empregos. Se traduzirmos este crescimento em postos de trabalho e impostos pagos percebemos facilmente a grandeza do impacto que pode vir a ser gerado em Portugal e qual o custo real da adoção de medidas de estímulo ao investimento por business angels e por capital de risco.

Portugal é desde há poucos anos um pequeno case study Europeu no domínio dos Business Angels sendo um dos poucos países com um fundo de co-investimento criado para alavancar os investimentos dos business angels e dotado de 42 milhões de euros dos quais 6 milhões foram já aplicados, estando o investimento dos restantes 36 prometido até Junho de 2013.

Esse reconhecimento – e até salutar inveja – obtido no exterior e evidente no âmbito das relações com as comunidades de investimento da associação Europeia (EBAN) e mundial (WBAA) do sector, estará certamente nas linhas de prioridade do Governo, mobilizando todo o Ecossistema Empreeendedor – desde a educação ao financiamento – para tornar Portugal, senão no primeiro, pelo menos no segundo melhor local para iniciar, financiar e fazer crescer novas empresas.

 

Artigo de minha autoria na qualidade de Presidente da Direcção da FNABA publicado no Diário Económico de hoje.


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels"). Director da EBAN e da WBAA

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