Discurso de Abertura da Sessão de Assinatura do Protocolo Inst. Turismo de Portugal / FNABA

DISCURSO DE ABERTURA DA

SESSÃO DE ASSINATURA DO PROTOCOLO

INSTITUTO TURISMO DE PORTUGAL/ FNABA

LISBOA, 18 DE JULHO de 2013

 

Governo traz Business Angels para apoiar o Turismo

Governo traz Business Angels para apoiar o Turismo

Exmo. Senhor Secretário de Estado do Turismo, Dr. Adolfo Mesquita Nunes

Exmo. Senhor Presidente do Instituto de Turismo de Portugal, Dr Frederico de Freitas Costa

Estimados representantes das Associações e Clubes de Business Angels

Exmos. Senhores dos Orgãos de Comunicação Social

Caros Investidores e Empreendedores

Senhoras e Senhores,

 

Começo por saudar o Senhor Secretário de Estado do Turismo que, em boa hora, decidiu propor à Direção da FNABA o estabelecimento de uma parceria que permita, a curto prazo, a dinamização de investimentos em start-ups do Setor do Turismo.

Uma palavra particular de agradecimento ao Senhor Presidente do Instituto de Turismo de Portugal bem como ao seu colega de Administração, Dr Carlos Abade, por todo o estímulo que nos foi concedido, durante o conjunto de reuniões que foram realizadas, tendo em vista a definição dos termos do Protocolo, que hoje será formalmente assinado, e que irá no futuro possibilitar a criação de mecanismos de financiamento específicos de apoio ao empreendedorismo no setor turístico.

Não posso deixar ainda de agradecer aos Empreendedores, que irão de seguida apresentar os seus projetos, a disponibilidade demonstrada em partilhar a sua experiência no desenvolvimento dos seus negócios e pela maneira como tem vindo a ser capazes de trazer para a economia nacional e para a Sociedade em geral as vantagens e benefícios que se encontram associadas às suas tecnologias e soluções, cada vez mais adaptadas às necessidades concretas do mercado.

Como Presidente da Direção da FNABA sinto uma intensa alegria em estar aqui presente. Este ato constitui mais um enorme passo em frente, na melhoria do apoio que podemos prestar aos Investidores e Empreendedores portugueses na concretização dos projetos que se encontram capazes de responder eficazmente aos reptos das novas tendências de mercado e em particular às provenientes do mercado Turístico.

O propósito primeiro da FNABA que represento é sem dúvida contribuir para a prossecução dos reais interesses e aspirações das Associações de Business Angels que, a nível nacional, regional e local, pretendam produzir, de forma atuante, importantes reflexos no efetivo financiamento de projetos empreendedores.

Com propostas para fazer e programas concretos, suportados em ações de eficiência coletiva, a FNABA tem vindo a tornar-se uma voz respeitada no quadro da Sociedade portuguesa mas também junto das Associações representativas do setor quer a nível europeu quer mundial.

É esse o sentido da assinatura deste Protocolo de Parceria entre o Instituto de Turismo de Portugal e a FNABA pois estamos convictos de que o setor do Turismo continuará a ser um dos motores de desenvolvimento da economia portuguesa e que a Comunidade portuguesa de business angels poderá ser uma peça essencial no financiamento de novas empresas que irão contribuir para melhorar a competitividade do Turismo nacional pela via da inovação e da diferenciação.

De facto e tal como o Senhor Secretário de Estado do Turismo afirmou, recentemente, no decorrer das jornadas da AHRESP também nós ao nível da FNABA tudo temos feito para “garantir que as empresas e projetos não fiquem pelo caminho por dificuldades conjunturais e que o processo natural de evolução do mercado não seja só de destruição mas também de criação económica”

A conjugação do ciclo económico em que Portugal se encontra, onde cada vez mais empreendedores têm sonhos e ideias de novos negócios, associado à fragmentação dos mercados, à volta de interesses específicos, como são por exemplo os (i) observadores de pássaros (80 Milhões) (ii) praticantes de mergulho (15M) (iii) jogadores de golfe (80M),(iv) turismo sénior ( 36M só na Europa)(v) religioso(300M)(vi) vela (10M) entre muitos outros … estão a criar segmentos alvos potenciais de grandes volumes que certamente irão dar origem a novos projetos empresariais ou seja novas oportunidades de investimento por parte dos business angels principalmente em projetos que promovam a inovação nos serviços turísticos e o desenvolvimento de novas experiências e produtos turísticos.

Temos consciência que é difícil ser empreendedor em qualquer parte, mas em Portugal é mais difícil de momento porque desenvolvemos as nossas atividades numa economia em contração, com perspetivas extremamente difíceis.

Mas por outro lado, há o ‘reverso da medalha’. Nunca houve tantas oportunidades para desenvolver novos negócios e que nos são proporcionadas pelo novo paradigma que estamos a viver a nível global nomeadamente em termos de: mobilidade, novas tecnologias, novos segmentos de mercado, novos instrumentos financeiros, conhecimento relacional a nível global.

Por sua vez, em Portugal, temos jovens com um potencial enorme, infraestruturas de inovação e de apoio ao empreendedorismo do melhor que eu conheço a nível mundial, Fundos de Capital de Risco e de Business Angels.

No contexto de restrição em que vivemos, não se pode esperar que seja só o Estado a financiar projetos inovadores com forte componente tecnológica, muito menos se deve esperar que seja a banca a apoiar estes projetos cuja incerteza é habitualmente demasiado elevada para os seus padrões de risco.

Restam por isso duas vias: crescer pelas vendas e crescer pelo investimento. Se para alguns destes projetos inovadores crescer pelas vendas é suficiente para financiar a sustentabilidade e crescimento da empresa, para outros é inevitável o investimento de risco e é aqui que entra o papel quer das empresas mais maduras que podem investir nas emergentes, quer da atividade de business angels

No caso particular da atividade de business angels podemos afirmar que também no nosso País ela é já a fonte primária de financiamento dos projetos em fase de arranque, normalmente designados por “seed capital” e “start-up”, conforme demonstra o facto de nos últimos dois anos terem sido efetuados 109 investimentos, em 78 novas empresas, no montante global de 14,2 milhões de euros, encontrando-se ainda disponíveis para investimento, até Junho de 2015, cerca de 28 Milhões de euros.

Diga-se com toda a justiça que a existência destes significativos montantes ao dispor da Comunidade portuguesa de business angels ou mais concretamente de 51 grupos de business angels dispersos pelo País, apenas foi possível em função do excelente relacionamento  alcançado entre a FNABA, o Gabinete do Gestor do COMPETE, IAPMEI, PME Investimentos e Caixa Capital, demonstrando assim que existindo vontade das partes envolvidas os resultados acabam por acontecer com benefício para toda a Sociedade Portuguesa.

Portugal tem hoje uma capacidade instalada que nos permite sair de uma posição menor, periférica, e alcançar um patamar superior em matéria de apoio ao ecossistema empreendedor nacional. E este patamar só é possível de alcançar combatendo a falta de informação com ações concretas e muita vontade política, institucional e associativa de todas as partes envolvidas. É nestas ações e vontade comum que as partes se completam conforme se encontra bem patente nas iniciativas que o presente Protocolo irá permitir desencadear.

Com esta parceria a Comunidade portuguesa de business angels irá beneficiar do suporte Institucional do Instituto de Turismo de Portugal, entre outras mais-valias, na originação de novos projetos, e por sua vez os empreendedores portugueses passarão a ter acesso não só à Comunidade portuguesa de business angels mas também à rede de investidores mundiais a que a FNABA tem acesso, em virtude do seu envolvimento direto na Direção da Associação Europeia de Business Angels (EBAN) e na Associação Mundial de Business Angels (WBAA). “

Por último, gostaria de registar três notas finais sobre as seguintes ações que a FNABA gostaria de poder ver concretizadas, num curto espaço de tempo, a bem do nosso ecossistema empreendedor, pois só criando um ambiente positivo é possível atrair e encorajar mais pessoas a investir a sua riqueza e experiência em empresas na fase de arranque para garantir o crescimento da economia:

Divulgação pública de todas as operações de investimento realizadas por business angels em regime de Co-Investimento com o Programa COMPETE, através do recurso a procedimentos standardizados com a identificação das entidades apoiadas, natureza da operação, montantes envolvidos e demais condições associadas à operação de investimento.

– Implementação das medidas de incentivo fiscal autorizadas no presente Orçamento de Estado, para a atividade desenvolvida pelos business angels, com que nos congratulamos por se tratar de uma iniciativa positiva do Governo, na medida em que permite abater, em sede de IRS, 20% dos investimentos realizados por business angels em novos projetos, até ao limite de 10 mil euros.

– Não deixar morrer a ideia de criação de uma Rede de Business Angels da Diáspora Portuguesa, através do lançamento de uma plataforma internacional que permita o intercâmbio regular entre investidores e business angels de origem portuguesa, e o acesso a novos mercados por parte das empresas por estes financiados, bem como a possibilidade dessas empresas interagirem com organizações locais de investidores.

Termino recordando que os Business Angels contrariam toda a lógica de crise estando a investir em Portugal, criando emprego, acreditando nos nossos empreendedores e respetivas empresas, recentemente criadas, e que apresentam um elevado potencial de crescimento podendo vir a ser os casos de sucesso de amanhã.

 

Muito obrigado.

Francisco Banha

Presidente da Direcção da FNABA

fbanha@gesbanha.com


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels"). Director da EBAN e da WBAA

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