O Empreendedor e as férias

O Empreendedor e as férias

O Empreendedor e as férias

Nesta altura de férias em que o mais comum dos mortais aproveita para dedicar algum do seu tempo ao descanso e ao lazer, deparamo-nos, paralelamente, com uma realidade bem distinta no mundo empresarial, nomeadamente ao nível dos empreendedores que gerem pequenas empresas.

Com efeito este tipo de empreendedor debate-se com pressões inevitáveis e incontornáveis de vária ordem a que não será estranha, entre outros aspectos, a concorrência global, a diversidade no local de trabalho, o esforço pela qualidade e competitividade que levam necessariamente a um inevitável e total empenho na sua actividade.

Assim é normal defender-se que a dedicação, a disponibilidade e muito trabalho (no início de 12 a 16 horas dia, não raro 7 dias por semana) são condições fundamentais para a obtenção do sucesso empresarial, pois o empreendedor sabendo o valor do seu tempo, procurará utilizá-lo da melhor forma, trabalhando arduamente na obtenção dos seus objectivos.

Apesar de compreender este tipo de atitude gostaria no entanto de despertar a atenção do empreendedor para a necessidade que o mesmo deve ter de pelo menos uma vez por ano permitir-se, durante um certo período, dispor de algum tempo livre.

Refiro-me, tão somente, ao tempo livre do qual o empreendedor nunca deverá prescindir, sob pena de se transformar numa pessoa excessivamente perfeccionista, com tolerância zero ao fracasso, facilmente irritável, e que no limite acaba por encarar a sua própria família como um obstáculo ao desenvolvimento da sua actividade.

Nesse sentido uma pequena pausa para relaxamento e descompressão, dedicando-a à família e aos amigos, ao exercício de algumas actividades extra-laborais e inclusivamente à criação de um pequeno plano que preveja alterações na rotina (por exemplo aumentando o intervalo entre reuniões e dedicando-se à prática de exercícios físicos) afigura-se como sendo a melhor alternativa para aquando do retorno às suas actividades poder rentabilizar o seu desempenho.

Isto para evitar atingir um ponto de ruptura, provocado essencialmente pelo excesso de trabalho e inerente carga de responsabilidades que se poderão traduzir em sintomas negativos nomeadamente ao nível do foro físico (hipertensão, problemas cardíacos, transtornos gástricos, etc.) e psicológico (stress).

Em resumo, o empreendedor terá que ser enérgico e estar disposto a dedicar longas horas à sua empresa mas sem descurar a importância dos momentos de descompressão que aqui recomendo.


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels"). Director da EBAN e da WBAA

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