A GECI Internacional deslocalizou o projecto da fábrica de aviões Skylander de Évora para a Lorena, em França, por motivos relacionados com "a burocracia", na expressão de fonte próxima do grupo francês, da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Com esta decisão do grupo francês, Portugal perdeu, segundo apurou o CM, a oportunidade de poder exportar 72 aeronaves por ano no valor de 300 milhões de euros.
Ao fim de quase cinco anos de espera pela aprovação do projecto em Portugal, a GECI Internacional assinou em apenas três semanas, em Agosto, um contrato com o governo de Nicolas Sarkozy para a instalação da fábrica na Lorena, no nordeste de França. O presidente da AICEP, Basílio Horta, justificou a desistência dos franceses com a "falta de sustentabilidade económica do projecto", mas fonte próxima do grupo francês contradiz este argumento com a constatação de que "o Governo de Sarkozy assinou o projecto sem ter mais informação nenhuma do que a AICEP".
Basílio Horta disse também que o investimento global era de 200 milhões de euros e que a GECI exigia 50 milhões de euros em subsídios, "o incentivo máximo" neste tipo de projecto. Só que, segundo um documento relacionado com o projecto a que o CM teve acesso, o investimento total ascendia a 115 milhões de euros e 20 milhões de euros diziam respeito a incentivos, que seriam investidos sob a forma de participações de capital de risco e não subsídios a fundo perdido.
"A relação com o gabinete do primeiro-ministro e com o presidente da Câmara de Évora foi excelente e exemplar, mas neste projecto não se podia esperar mais tempo", frisa fonte próxima do grupo económico francês.