Antes de participar numa sessão de Elevator Pitch a uma comunidade de investidores os empreendedores devem realizar um conjunto de sessões de treino das quais saliento as seguintes iniciativas:
Marque um cronómetro para 1 minuto e faça o seu pitch nesse tempo. Peça aos que o ouvem para escreverem uma frase onde explique o que a sua organização faz. Recolha essas frases e compare-as com aquilo que acha que disse.
Grave-se em vídeo a fazer o pitch. Se não se envergonhar com o que fez, vamos a isso!
Em todo o caso não deve esquecer que:
(i) No primeiro minuto deve responder à questão: O que é que a sua organização faz?”
(ii)Nunca faça referências pessoais no início de um pitch.
(iii) 10 ou menos slides com um tamanho de letra de 30, são boas práticas a adoptar.
Ouça, tome notas, crie e acompanhe o que os seus interlocutores lhe transmitem e no final de cada um dos treinos faça uma sumarização de tudo o que lhe pareceu bem e menos bem e diga-o em voz alta, para assegurar que tem a informação correcta.
No caso particular do “Elevator Pitch” é muito importante a capacidade oratória do empreendedor, uma vez que terá de ser ele na primeira pessoa a fazer a apresentação junto do investidor, e aí a capacidade que ele possua de transmitir as ideias básicas do negócio e aquelas que podem levar o investidor a dar o “sim” para a primeira reunião é fundamental. Por muito que apoiemos os empreendedores na apresentação visual do Elevator Pitch, a apresentação oral é fundamental e imprescindível, podendo e devendo esta ser obrigatoriamente muito treinada.
Apesar do esforço realizado por vezes chegamos à conclusão que alguns empreendedores podem ser óptimos “vendedores” sentados a uma mesa, mas manifestarem total incapacidade perante uma audiência. Nesse caso torna-se importante identificar essa realidade o mais cedo possível pois a mesma não inviabiliza a apresentação do projecto desde que a mesma possa ser assegurada por outro elemento da equipa de gestão ou até mesmo por algum consultor externo contratado para o efeito pois o empreendedor não tem obrigatoriamente de possuir as capacidades oratórias à realização do referido Elevator Pitch.
Não esquecer igualmente que um grupo de empreendedores, deve ter sempre um elemento na equipa, quando vão participar nas sessões de elevator pitch com a citada comunidade de investidores que esteja atento a tudo, que escreve, tira notas do que é dito, do que se passa pois isso demonstra a complementaridade e qualidade da equipa.
Torna-se assim necessário, desde a fase de preparação, saber quem é o elemento do Grupo que vai ficar com essa responsabilidade pois torna-se particularmente importante que quando terminarem a vossa exposição fiquem abertos ao que os investidores dizem.
A verdade é que ouvir ideias para melhorar é uma atitude muito positiva a ter num pitch, onde as mais pequenas acções causam a maior das impressões.
Para além do mais importa ter presente que o acto de tomar notas mostra que:
• Consideram quem fala inteligente
• Consideram que aquele que fala está a dizer coisas que valem a pena registar
• Estão com vontade e entusiasmo para aprender
• São conscientes
Tomar notas traz-lhe estes benefícios, mais o valor de toda a informação que está a registar.
Não pode ser melhor que isto.
Por último deve-se treinar – e não com menor intensidade – para estar em condições de desenvolver aquilo que habitualmente se designa pelo Follow-up da apresentação do Elevator Pitch.
De facto deve ter-se presente que quando a apresentação terminar os agradecimentos são importantes mas isso não significa que já pode ir-se embora e de preferência a correr…
Mesmo que lhe apeteça fazê-lo não proceda dessa maneira pois se a sua apresentação foi efectuada com base nas ideias expostas então certamente na altura do “Coffee Break” os investidores quererão conhecê-lo um pouco melhor e trocar um cartão consigo. Nessa altura terá de estar à vontade para lhe perguntar sobre: (i) Qual o próximo passo? (ii) Quem toma a iniciativa? (iii) Quando?
Mas depois de o evento terminar não aguarde os próximos dias “enfiado numa toca” mas sim (i) faça o que combinou fazer (ii) Seja proactivo mantendo o contacto, actualizando o investidor sobre a evolução do projecto, novas informações, …) (iii) Caso hajam atrasos, insista sem desesperar pois o timing do investidor é diferente do seu timing de empreendedor).