Onde pode um empreendedor financiar-se tendo em vista a internacionalização

Quando os empreendedores possuem planos de desenvolvimento dos seus negócios que demonstrem estar assentes numa oportunidade que tem potencial para ganhar quota de mercado significativa nos mercados globais, uma equipa de gestão forte e profissionalmente capacitada, domínio da tecnologia e de controlos e sistemas de informação de gestão que permitam gerir o crescimento de maneira efectiva, encontra-se certamente nos radares dos investidores de capital de risco tanto do sector público como do privado, nacionais ou internacionais.

Normalmente os empresários nos mercados mais evoluídos utilizam uma combinação de capital de risco ( private equity) e crédito bancário para financiarem o crescimento das suas empresas nomeadamente quando pretendem suportar as suas estratégias de entrada nos mercados internacionais.

O capital de risco traduz-se essencialmente na cedência de uma participação societária por parte do empreendedor a alguém que coloque o próprio capital no negócio a título de risco sem nenhuma garantia de retorno e nenhuma protecção contra eventuais perdas. Fundos de equity envolvem não só sociedades de capital de risco mas também investidores privados – Business Angels – que podem actuar individualmente ou em grupo.

Actualmente a actividade de Business Angels já começa a ter alguma relevância no mercado nacional e poderá ter acesso aos mesmos através da consulta da página de Internet da Federação Nacional de Business Angels em www.fnaba.org enquanto que as sociedades de capital de risco podem ser conhecidas em www.apcri.pt .

Importa igualmente salientar a existência no mercado português do Sistema de Garantia Mútua que sendo um sistema privado, mutualista de apoio às pequenas e médias empresas através da prestação de garantias financeiras que facilitam a obtenção de crédito em condições adequadas aos seus investimentos e ciclos de actividade tem estado a contribuir para que as citadas PMES ultrapassem os problemas associados à falta de dimensão e consigam obter o financiamento para investimentos ou para a actividade corrente. Em Portugal já um conjunto significativo de cerca de 5.000 empresas que já obtiveram financiamento junto de entidades bancárias porque mereceram o apoio de uma das quatro sociedades de garantia mutua que fazem parte da SPGM.

No entanto, mais uma vez, o facto mais importante reside num adequado planeamento dos recursos financeiros que se tornam necessários para suportar o plano de crescimento, o que passa muitas vezes por reservar dinheiro suficiente para cobrir os custos do processo de angariação de capital independentemente da opção que for escolhida.

 


Licenciado e Mestre em Gestão de Empresas. Presidente da Gesbanha, S.A., especialista em capital de risco e empreendedorismo, investidor particular ("business angels") e Presidente da FNABA (Federação Nacional de Associações de Business Angels). Director da EBAN e da WBAA

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