Partilho convosco o artigo do Jornal I sobre empreendedores portugueses que, a partir de ideias simples, criaram empresas originais, bem-sucedidas e, em alguns casos, já internacionais. A esta pequena lista, haveria muito mais casos a acrescentar…
“Tela Bags
Malas trendy e amigas do ambiente
Uma coisa é garantida: na Tela Bags não há duas malas iguais. A ideia surgiu em 2004, quando Lisboa se encheu de telas publicitárias do primeiro Rock in Rio, a par com o Europeu de futebol. Helena Pinto, economista de formação e professora de Gestão Financeira, viu nas telas uma oportunidade. “Achei o material fantástico e pensei: o que é que acontece a isto depois?” Investigou e descobriu o triste destino: lixo. “Como não são recicláveis, as telas iam para um aterro, um buraco na terra nada simpático”, continua. E porque não aproveitá-las para fabricar malas? Assim foi. Além da equipa criativa de duas pessoas, a Tela Bags desafia designers para desenvolver a concepção das malas, que podem ir dos 50€ aos 129€. Os representantes do MoMa de Nova Iorque e Tóquio, escolheram as Tela Bags para a iniciativa “Destination Portugal”, pondo as carteiras à venda nas lojas dos museus. www.telabags.net
Port-Art
Viva os santos, as sardinhas, as varinas e as rendas
São três meninas Teles: a Filipa, a Inês e a Guiomar. Duas irmãs e uma prima que decidiram unir esforços e recuperar os símbolos portugueses. Porque o que é nacional é bom. mas não só. A Port-Art começou com uma conversa de café no final de 2008: “A ideia é ir buscar os símbolos portugueses e renová-los, recuperar o património porque a geração mais nova tem uma identidade muito dispersa”, explicam. Mergulharam numa pesquisa de tudo quanto é português. Daí nasceram sacos com andorinhas, azulejos – alguns de desenho raro – motos Zundapp ou varinas, pins com imagens dos anos 50 da revista “Crónica Portuguesa” ou joalharia inspirada na renda de bilros. Se quiser ver de perto os santos portugueses de cara lavada, as meninas Teles estão na feira de artesanato na FIL até dia 11 de Julho.
Adegga
O vinho partilhado online
André Ribeirinho é o chamado cromo dos computadores. Formado em Engenharia Informática, criou o adegga.com com dois amigos para que a comunidade amante de vinhos pudesse partilhar conhecimentos e opiniões. À medida que os utilizadores iam aumentando, aperceberam-se de um problema: “O mesmo vinho tinha nomes diferentes e era mencionado de várias formas nas lojas, nos catálogos e no site”, explica. Para evitar confusões, criaram um código único para cada vinho, o AVIN, que está já a ser utilizado por 50 produtores portugueses, assim como em Espanha, França, Grécia e EUA. Tecnologias à parte, o site é um local de partilha de experiências vinícolas. Há pontuações para vinhos e conselhos sobre marcas. Uma vez por mês há o Twinelis, um encontro de utilizadores do site para provar e beber os vinhos. Uma rambóia.
António Azevedo
O Lego também serve para usar ao peito
Teve a ideia enquanto mexia nos Legos com que brincava quando era pequeno. Depois de proibir os pais de deitar fora as peças coloridas que deixou para trás, começou a brincar com elas e, quando deu por isso, tinha feito uma pregadeira. Juntou os bonecos das maquetes, que “já conhecia” e pronto. Serralves gostou e convidou–o para mostrar as peças aos representantes do MoMa de Nova Iorque e Tóquio, a propósito da iniciativa “Destination Portugal”. Resultado: 24 peças voaram para o outro lado do mundo, directamente para as lojas dos museus. António Azevedo, que é o responsável pela febre dos galos de Barcelos pintados à mão de forma alternativa (com bandeiras ou Santos Antónios), é também um dos responsáveis pela criação da Feira da Ladra Alternativa, que acontece de dois em dois meses no Largo do Salvador, em Alfama.”