« Uma reunião secreta em uma sala reservada de um restaurante, poderosos financistas e um complô para tirar rivais do mercado. Parece material para um filme de gângsters de Hollywood, mas é o enredo de uma polêmica que vem tomando a comunidade de investimento do Vale do Silício depois de um artigo de grande audiência publicado por um influente blogueiro do setor de tecnologia.
O texto de Michael Arrington informa que uma conspiração entre “super anjos”, investidores endinheirados que investem em empresas de internet iniciantes e promissoras, havia desenvolvido maneiras de baixar a avaliação de empresas e excluir outros investidores, e acabou provocando especulações e refutações vigorosas na web.
Quer a teoria seja correta ou não, colocou em destaque desagradável o sistema financeiro aconchegante e ocasionalmente opaco que desempenha papel fundamental no fomento às novas gerações de companhias do setor.
“Não acredito em conspiração”, disse Hans Swildens, fundador da Industry Ventures, de San Francisco, que investe em fundos de capital de risco e em fundos de super anjos, bem como em empresas iniciantes.
“Estou certo de que as pessoas estão tentando obter preços melhores no mercado, porque é isso que todo mundo tenta ao comprar coisas. Mas não acredito em conluio deliberado e em forçar a queda do preço de mercado para os investimentos dos anjos”, disse.
Jeremy Liew, sócio na Lightspeed Venture Partners e investidor na companhia de jogos sociais Playdom, diz ter considerado as alegações do texto muito surpreendentes, e apontou que contrastam com sua experiência pessoal no trabalho com os investidores super anjos.
De acordo com o texto, publicado pelo TechCrunch esta semana, um grupo não identificado de investidores super anjos, que juntos respondem por “quase 100% das transações iniciais de financiamento a empresas iniciantes no Vale do Silício”, teria realizado reunião secreta no bar Bin 38, recentemente. Os participantes teriam discutido como reduzir as valorizações das empresas iniciantes e como manter novos investidores anjos e empresas tradicionais de capital de risco fora das transações, de acordo com fontes anônimas citadas pelo TechCrunch.
Paul Buchheit, ex-engenheiro do Google que fez investimentos em uma série de companhias, disse que não seria surpresa investidores anjo se reunirem para conversar sobre investimentos e trocar material. Uma vez que esses investidores aplicam somas menores de dinheiro em companhias iniciantes, é comum para eles se reunirem em grupos maiores para ampliar o total a ser investido, disse ele, mas, segundo ele, seria improvável que uma conspiração sobre preços possa ser ter sucesso nessa situação, uma vez que os investidores seriam rechaçados pelas companhias iniciantes e excluídos de futuras operações. “O jeito de se dar bem não é obter os menores preços, mas ser capaz de participar das melhores empresas”, disse Buchheit. »