Neste momento de pesar, provocado pelo falecimento do Senhor Eng.º Belmiro de Azevedo, considero ser importante evocar o Professor Agostinho da Silva quando o mesmo afirmou “O passado e o futuro coincidem num ponto, que se chama o presente e passa logo a ser passado assim que damos por ele. E o futuro começa agora. Neste momento o futuro começou”.
Tendo por base o efeito agregador, inspirador e de saber acumulado, na promoção de valores humanistas e de sucesso, que se encontra intrínseco à História de Vida do Empreendedor e Empresário, Belmiro de Azevedo, podem estabelecer-se os alicerces que possam contribuir para alavancar a cultura empreendedora na sociedade portuguesa.
O Futuro do nosso País passa obrigatoriamente pela emergência de uma massa crítica de cidadãos que não receiem a mudança, que aprendam a criar e a privilegiar a promoção do espírito empreendedor enquanto catalisador, de mais criatividade, inovação, crescimento e desenvolvimento. Todos devemos ser empreendedores uns por conta própria, outros por conta outrem e outros ainda em causas de índole social.
O problema é que todas as soluções apresentadas, no atual enquadramento socioeconómico, continuam sempre por ter como objetivo o problema do emprego quando o problema reside na criação de empregadores, ou seja, sistematicamente ouvimos falar em ter um emprego e não como criar esse emprego.
Não nos podemos agarrar aos direitos e às organizações do passado, conforme o demonstra o facto de 2015 ter ficado marcado pelo fim das minas de carvão no Reino Unido, uma era que começou com a Revolução Industrial no século XIX. De facto, ou nos adaptamos aos efeitos das dinâmicas do mundo ou então profundos dissabores nos esperam.
Fácil será então de perceber que tendo sido o Eng.º Belmiro de Azevedo um empreendedor de sucesso que ousou, como poucos, sonhar, arriscar, partilhar, desafiar, inovar, aprender, falhar, partilhar e ser solidário, numa vivência equilibrada do uso do Tempo e da Vida, se torna imprescindível que o seu exemplo possa servir de efeito demonstração e de inspiração a todos aqueles que, possuindo índices de humanismo e responsabilidade, ambicionem para a sua vida aquilo com que sonharem e não aquilo que os outros desejem que deva ser.
De facto, se queremos que os mais jovens, principalmente, possam vir a fazer parte da próxima onda de líderes e inovadores, que criarão os empregos e valor para a sociedade ao mesmo tempo que emancipam os outros para criar um futuro melhor, necessitamos ensinar-lhes como fazê-lo. Felizmente que num dos momentos da minha vida, mais concretamente em abril de 1999, também eu tive a oportunidade de me cruzar com o Senhor Eng.º Belmiro de Azevedo e aprender com a sua visão e paixão empreendedora. Os meus pêsames à sua família e que descanse em paz.