Artigo de António Jardim
"Portugal é um País em crise permanente há séculos. Desde que estupidamente se permitiu a Inquisição e a consequente expulsão dos homens de Ciência e da burguesia judaicas e se iniciou a queda da civilização árabe no século XVI, Portugal e Espanha entraram num declínio acentuado."
[…]
"A Banca portuguesa foi habilmente preparada para não correr riscos, pelo menos com o cidadão comum, (cuidados que não teve noutros casos) exigindo hipotecas e garantias inimagináveis apesar da nossa situação. Está assim a sabotar objectivamente, não lançando capital de semente ou de risco, todo o esforço que o Governo tanto tem feito em ciência, tecnologia e formação. Para se lançarem empresas de sucesso e alterar simultaneamente o tecido empresarial é preciso, alem das ideias, capital e a Banca não pode assim continuar no “business as usual” mesmo com cosméticas nos ordenados. Ora a Banca está hoje fragilizada pelos apoios que teve de pedir ao Estado.
Na minha opinião seria esta a ocasião, a título de contrapartidas, de lhe exigir a criação de verdadeiras empresas de capital de risco e não as aberrações existentes. Esse aspecto, alem da modernização de base tecnológica, criaria emprego qualificado e não só, ajudaria a mudar o perfil dos nossos empresários, teria certamente impacto nas exportações e produtividade e, alem disso, obrigaria a própria Banca a contratar técnicos capazes de analisar projectos e investimentos, complementando os habituais burocratas e economistas juniores que lá estão, com ordens para dizer “não” a quase tudo o que apareça. E é bom não esquecer que este é um dos esteios das economias anglo-saxónicas. A Microsoft e tantas outras foi assim que nasceram. Alem de útil seria bom politicamente demonstrar que a Banca tem de dar contrapartidas ao nosso apoio."
[…]
"Sou dos que não acredita na vocação do Estado para gerir empresas, mas criada uma espécie de Conselho Económico Estratégico, com representantes bem qualificados dos mundos empresarial e sindical, seria concerteza possível apontar uma estratégia para o País, cabendo ao Governo legislar de acordo, como Cavaco com o SIII e agora Obama que criou exactamente um órgão desses.
[artigo completo in in Setúbal na Rede]
boas,
não creio que o dito articulista conheça na realidade a história da microsoft para a ter mencionado como exemplo.
rjnunes