” Do que mais se queixam os Portugueses? Do desemprego elevado, dos salários baixos, das pensões exíguas, da pobreza crescente, dos impostos altos, da “hipoteca” dos endividamentos e do futuro sem esperança.
Há uma única solução para estes males: a construção de uma economia mais dinâmica, mais produtiva e mais competitiva.
Para tanto, a próxima legislatura será decisiva porque, se for falhada, como as três últimas, cairemos num período prolongado de empobrecimento”.
Medina Carreira no seu novo livro ” Portugal que Futuro?” da Editora Objectiva.
Não li o livro e até pode ser que detalhe. No entanto costumo ver suas entrevistas, sobretudo televisivas, e o Prof. Medina Carreira até poderá ter absoluta razão no entanto deveria ser mais objectivo. Talvez esta sua obra o seja…
É que tal como outros macro economistas (se bem que ele seja jurisconsulto) normalmente fala somente no geral, com dados económicos agregados, embatendo no paradoxo estatístico de em média o rico e o pobre comerem um bife cada. Mas na realidade o rico comeu dois.
Medina Carreira deveria pormenorizar senão pregará para sempre às paredes (aliás também saberá que o seu radicalismo teria grandes dificuldades de implementação política pois há uma importante dimensão social a considerar).
Detalhar no sentido de exaustivamente melhor saber (tal como se fosse um exame médico) quem são e onde estão as empresas de pouca competitividade e de baixa produtividade (pistas evidentes: vale do Ave). Tal como o paradoxo do bife, há empresas muito competitivas e produtivas no entanto há muitas outras que são o contrário resultando em média que todos nós portugueses somos ineficientes o que até se torna injustamente desmotivador para muitos (e o empreendedorismo precisa de optimismo terreno).
É a partir de dados desagregados e de um conhecimento exigente que se poderá efectivamente lançar um plano estratégico integrado de acção. Com um Estado mais proactivo a ir de encontro a essas empresas (encará-las como suas clientes que geram riqueza para o país) e não esperar que sejam essas débeis organizações a ir ao seu encontro, muitas vezes na expectativa de ter um rendimento mínimo garantido.
Auxílio sim, mas não exactamente o peixe. A cana! E formação para pescar.
Sem quaisquer conotações políticas. Aliás o provérbio é oriental e milenário.